29 de abril de 2010

As horas...


Parece que, em determinados dias, as horas não passam. Tenho a impressão de que os ponteiros do relógio estão a me torturar, tamanha é a demora. E por quê isso?
Ora, porquê há dias em que eu gostaria de ser poupado de uma série de coisas. Mas, como disse minha tia, "talvez você não tenha nascido para ser poupado". O que vai se fazer?

As horas se arrastam, assim
Como eu faço por esta vida que,
Um dia, quase foi feliz.
Sinto morrer, a cada segundo, as
Últimas gotas de esperança que
Jazem em minh´alma confusa.

Creio que há muito morri!
Morri de tudo; de todas as formas:
Uma dose maciça de verdades da vida,
Amores que nem chegaram a nascer;
Abraços que só existiram em meus sonhos,
Que já escoaram por entre meus dedos!

Mil sensações! Fantasias insólitas...
Desejos que ardem na alma,
E minha carne que se quebranta
Por uma saudade que cobre meu
Pobre peito e faz esvair-se de mim
A mais fugaz chance de
Uma felicidade falsa.

Juliano Cruz
22/10/2009 – 21:30h

27 de abril de 2010

...É...


Não me senti inspirado a postar o que que que fosse nos últimos dois dias. Volto, pois, hoje, com um novo post, contendo um poeminha meu.


Os Meus Versos (Infinitude)

Eu não sei de onde vêm estes
Meus versos que ninguém pode
Escrever por mim.
Talvez venham das profundezas
De minha alma confusa.

Não há como medir minha poesia!
Ela tem a altura do céu,
E profundidade do oceano,
A largura do infinito –
Do qual tenho um desejo desmedido –
E seu peso é igual ao da
Leveza insustentável do amor,
Das dores, da raiva...da saudade
Que a eternidade e o futuro
Plantaram em mim.

Há nos meus versos o sorriso
Da Esperança; o odor da simplicidade;
A doçura de um abraço e a
Candura de um sorriso de criança.

Se alguém quiser tocar a minha alma,
Toque meus versos, já que neles
Talvez seja possível descobrir minha infinitude.

Juliano Cruz
05/02/2010 – 16:29

24 de abril de 2010

Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite...


E eu que queria ser poupado da solidão, nesta noite...
Restou-me, hoje, pouca coisa: a voz de Dalva de Oliveira, os versos de Florbela Espanca e o calor torturante que faz nesta cidade terrível!

"Com a frieza de um ladrão
Rondei o teu ser, estudei os teus jeitos
Invadi a tua alma, arrombei o teu peito
Furtei o teu coração
Por caminhos travessos
Alcancei o meu objetivo
Entrei na tua vida, o amor foi o motivo
Por ele pagaria qualquer preço
Hoje, finalmente ao teu lado
Liberto de culpas, perdoado
Uma coisa preciso te confessar:
Se fosse preciso, sem receio e sem talvez
Furtaria o teu coração mais uma vez
Não se peca por amar!" (Florbela Espanca)

23 de abril de 2010

Liberdade, comunhão, plenitude...


...e de repente, hoje, ainda há pouco, me senti livre, em comunhão com as coisas à minha volta!
Não sei bem como explicar o que senti, mas é como se gotas de plenitude tivessem me invadido a alma pelos olhos, enquanto eu contemplava as maritacas que matavam sua fome com as ameixas da árvore da casa de trás!
Quanta singeleza! Fiquei ali observando. Não disse nada e nem me preocupei em pensar em alguma coisa. Apenas fiquei ali, olhando, sentindo e me sentindo muito bem.
Ainda que por poucos minutos, me senti pleno, livre, um só com tudo o que existe. Quase uma experiência mística!

22 de abril de 2010


Quase sempre, Clarice consegue traduzir minha alma. Quando não consigo expressar algo, procuro por ela, e vejo que ela já expressou o que eu sinto em alguma frase, livro ou escrito.
Após ler este poema normalmente, leia-o de baixo para cima, na ordem contrária.

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..." (Clarice Lispector)

20 de abril de 2010

Lágrimas e chuva


Uma vez, fiquei agradecido quando, na rua, fui surpreendido por uma chuva de verão. Estava andando, com uma vontade terrível de chorar. Me sentia sozinho, pequeno, sem a mínima noção do que fazer da minha vida, que, aliás, nunca foi um rio de águas calmas, e o vazio estava me dilacerando o peito. Eu estava andando por uma rua qualquer do centro da cidade quando, repentino, o céu desfez-se em água sobre a minha cabeça. Molhado, com os pés encharcados – e eu acabava de me recuperar de uma gripe – e sem ninguém para me acolher, me abraçar, me olhar nos olhos e colocar a mão no meu ombro, eu chorei, na rua mesmo. Chorei porque descobrira ali, naquele momento, que a vida é, realmente, uma falta de vergonha e que, por mais que digam o contrário, as coisas nunca sairiam deste mar de incertezas e dor. Chorei e não me senti consolado, mas, pelo menos, não tive que dar explicações a ninguém, porque minhas lágrimas se misturaram aos pingos da chuva que surravam meu rosto, e ninguém percebeu meu pranto, ou seja, mais uma vez, chorei sem que ninguém notasse. Ninguém!
E vi, junto com o lixo que singrava pela enxurrada, os meus sonhos irem-se também. Vi as minhas últimas quimeras afogarem-se em meio à água suja que lavava o asfalto quente pelo sol escaldante de verão. E vendo tudo ser levado pela enxurrada, fui compreendendo com mais clareza que eu não tinha mais nada! Já haviam me roubado tudo, me tirado as coisas que eu pensava ter, e agora, até as minhas quimeras miseráveis haviam se afogado na enxurrada cheia de lixo. Será que as quimeras que cultivamos são lixo?

19 de abril de 2010

Uma gota de minha alma...


Foi bom ter saído ontem e ter ido ao aniversário da Bel. Amo essa loira!
Comemos muito, falamos muito, rimos muito. Me expuseram à execração pública pedindo que eu fizesse minhas imitações. Valeu a pena!
O problema é quando, de repente, me vejo sozinho. Aliás, me sinto sozinho o tempo todo, mesmo quando rodeado de tanta gente que amo!
Sinto que me falta algo. Não sei o que é, mas me falta. É como se houvesse um buraco dentro de mim, um vazio impossível de ser preenchido.
Sei que não posso reclamar da minha vida, pois tenho tudo. Tenho uma família fantástica, tenho amigos (poucos, porém fiéis), trabalho, estudo, mas ainda me falta algo. Não me sinto completo.

17 de abril de 2010

Há dias em que o silêncio me é insuportável. Parece-me que ele me pesa nos ombros. Não sei bem como explicar, mas é como se a quietude, em certos dias, me tirasse a paz.
Hoje, ao contrário, o silêncio está sendo apreciável. Um bem tremendo ao meu espírito.
Não estou bravo, irritado ou algo assim. Apenas não estou com vontade de falar ou me estender em diálogos que, nem sempre, acrescentam algo à minha existência.

16 de abril de 2010

Chegando agora...

Primeira postagem! Não tenho noção do que escrever aqui.
Queria colocar um dos meus poemas, mas não achei nenhum que fosse digno da situação.
Pensei em escrever um poema novo, mas a inspiração não veio. Por isso, acredito que a primeira postagem vai ser esta coisa medíocre que vocês podem notar.
Prometo, a quem quer que seja, que pensarei em algo melhor para as próximas.