27 de maio de 2010

Fragmento


Meus nobres, perdoem minha ausência! Semana de provas na faculdade é isso: correria, noites mal dormidas, estresse e altas crises de riso ao constatar que ficamos aquém do esperado em nosso desempenho! Histeria? Talvez. Depois de fazer duas provas, o mínimo que posso fazer é ficar histérico!
E pela graça de Deus, chegou o frio! Como gosto de dias gélidos, com o vento cortando o rosto e os raios pálidos de sol surrando o piso ao entrarem pelas vidraças! Não nasci para o verão, para o sol.
Já dá pra sentir aquele sabor de tarde de inverno. Não sei explicar como isso se dá, mas, mesmo no verão, muitas vezes meu peito é invadido por esse sentimento. É devastador, porém, não posso dizer que não gosto.



"Olho para trás...O que será que eu poderia ter feito? Talvez deixar uma marca positiva na vida de alguém, ter olhado com mais humanidade para alguém que cruzou meu caminho na rua, ter dito que amava os meus mais vezes e demonstrado isso.
Eu não sei...Parece-me que a vida vai passando cada vez mais rápido e eu não tenho mais tempo de fazer as coisas que sempre julguei importantes. Não consigo mais parar de correr contra os ponteiros do relógio, que, quando não correm velozes, arrastam-se tão lentamente que tenho a impressão de estar agonizando.
Sinto minha vida fragmentar-se, desprender-se de mim a cada segundo, a cada movimento, a cada pulsar desse meu velho e desiludido coração. Vida: paradoxo! Quando penso que alcancei tudo o que poderia me satisfazer, vejo que a efemeridade não me permite tal coisa. Passa-se o tempo, passa-se a vida, e vou percebendo que nada é capaz de abrandar essa dor, esse vazio, esse caos que existe em mim, que me assola e devasta, como um turbilhão que me invade, cheio de lembranças, como recortes antigos.
Não tenho idéia do motivo pelo qual estou escrevendo, mas como sempre sou obrigado a dizer que essas palavras que escorrem de minha alma para meus dedos me trazem alívio. Confidenciar o que sinto a esta folha me faz bem, me deixa menos inquieto, me dá a sensação de liberdade que tanto gosto. Escrever significa que este pedaço de papel não vai me julgar, me rotular, me dizer o que supostamente é certo". (Juliano Cruz - 09/07/2008 - 01:07h)

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