14 de maio de 2011

Madrugada de Maio...


Quarto Vazio

"De tudo o que tive hoje, de todas as recordações, risos e pessoas que aconteceram neste dia, o que me resta agora é um quarto com a porta trancada, onde me encontro. Não posso dizer que o quarto – meu mundo – esteja vazio. Pelo contrário! Está repleto de uma ausência, de uma falta de algo que me é crucial, porém, me foi roubado antes que eu soubesse o que fosse.
Talvez o vazio que me povoa seja o espaço disso que me foi tirado, roubado, e certamente eu não o acharei jamais, embora eu não deixe de procurar. O quarto trancado, mil lembranças, uma cômoda bagunçada e resquícios do meu dia ainda visíveis sobre os moveis. Entra pela janela entreaberta um vento gélido, que traz à esta madrugada um gosto ocre que se enxerta em meu paladar, e vejo formarem-se no céu nuvens avermelhadas, pois nesta solidão em que me encontro, sinto até a natureza se ressentir, com vontade de chorar por mim as lágrimas que não conseguem vir à tona.
Vazio...vazio...e nada consegue preencher esta ausência, essa falta de um pedaço que me foi abortado, arrancado de modo violento sem...(e a partir daqui, este fragmento começou a falar comigo, e eu descobri que ele estava pronto). (14/05/2011 – 01:11h)"

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